Em novembro do ano passado, um ex-roadie da Cachorro Grande entrou em contato com Marcelo Gross e Beto Bruno. Era o Marcio Sujeira, com um convite: que a banda voltasse a se reunir especialmente para celebrar o aniversário de Porto Alegre. Dali em diante se desenhou o show que ocorrerá no próximo dia 26, no Auditório Araújo Vianna.
Os caras não tocam juntos desde 2019. Para os órfãos do quinteto e do bom rock and roll deles, a formação será a clássica: Beto (vocal), Gross (guitarra, vocal), Gabriel Azambuja (bateria), Pedro Pelotas (piano, teclado) e Rodolfo Krieger (baixo).
Se a data será única ou haverá outras, só os próximos dias dirão. Por ora, vamos ver o que Gross contou sobre o projeto.
OK, aniversário de Porto Alegre. Ótimo! Mas, vamos lá, por que a Cachorro Grande concordou em se reunir?
Depois desse tempo separados, da pandemia, sentimos vontade de resgatar aquela velha de energia que tínhamos. A banda tem uma química que só acontece quando estamos juntos. Então, quando pintou esse convite da Opinião Produtora, achamos que era a hora certa.
Para as pessoas que gostam da banda, e para nós, será um momento especial. Esse, acho que foi o motivo principal. Também vai ter bastante gente que nunca assistiu a Cachorro Grande e que terá a oportunidade de nos ver tocando ao vivo uma vez.
O quanto o atual momento de suas carreiras solo pesou na hora de topar reunir a Cachorro Grande?
Como é só um show, acabei nem pensando muito a respeito. Lancei um disco no ano passado [Tempo Louco], estou fazendo shows direto. Então, acho que fazer só uma apresentação com a banda não vai ajudar nem atrapalhar. Não faz muita diferença.
O que pretendem incluir no repertório pra deixar o público surpreso?
Vamos tocar canções que são os maiores sucessos da banda, os clássicos, claro, e talvez tenha uma ou outra coisa que não tocávamos mais, como Vai T.Q. Dá, que tem um improviso no meio, ou a música que abre o segundo disco, As Coisas Que Eu Quero Lhe Falar. Não vai ter tantas surpresas, porque o repertório é meio que óbvio. Ele meio que se fez sozinho [risos].
E não cogitam incluir uma inédita, seja composta em 2022, seja alguma que nunca gravaram? Poderia ser o single da reunião…
Como será só um show, não cogitamos. E também, estou envolvido com minha carreira solo, preparando mais um disco, mais um single. O Beto também imagino que esteja nessa função. Não falamos sobre isso. Estamos preocupados em fazer esse show dar certo e ser bacana.
Apesar de cada um estar cuidando da própria carreira, não dá a expectativa de que a banda possa retomar a estrada de alguma maneira?
Retomar a carreira, não – até dadas as condições para shows no Brasil hoje em dia. A coisa não é mais como na década passada ou na retrasada. Mas nada impede de, em algum momento, nos reunirmos novamente para uma ou outra apresentação. Isso, não descartamos.
Porém, retomar a Cachorro Grande é algo que provavelmente não aconteça, também pelo fato de já termos feito bastante coisa juntos durante 20 anos, pelo fato de ainda ser recente o fim da banda, e por estarmos envolvidos com nossas carreiras solo.
Depois desse tempo divulgando o show de Porto Alegre, não teve nenhuma proposta para shows em outras cidades, tipo São Paulo?
Ah, sim! Tivemos algumas propostas. Estamos estudando. Vamos ver como será Porto Alegre e depois pensamos. Mas a ideia é que seja apenas esse show mesmo.
Foto: Divulgação/Arquivo Marcelo Gross