O Tihuana anunciou em julho a retomada das atividades, paralisadas desde 2017. A banda fará uma turnê comemorativa pelos 25 anos de seu disco de estreia, Ilegal.
Agora deu
Houve tentativas anteriores de reunião, mas nenhuma vingou. Somente agora as pontas se reencontraram. “Paramos com a saída do Egypcio, em 2017”, conta PG. “Não estávamos num momento tão bom.”
O baterista explica que nutria esperança de reunir o grupo e que o fator decisivo foi a empolgação de Egypcio. “Ele tinha suas mágoas, assim como os outros. Graças a Deus, isso foi resolvido.”
Para o vocalista, a saudade pesou: “Nos festivais em que passava com o Charlie Brown me perguntavam do Tihuana”.
A ocasião dos 25 anos de Ilegal também ajudou a reaproximá-los. Ambos concordam que é um disco marcante. “Foi o que nos apresentou ao mainstream”, justifica PG.
É verdade. O Tihuana já chegou chegando. Logo na estreia cravou cinco hits: Praia Nudista, Pula!, Tropa de Elite, Que Ves? e Eu Vi Gnomos. Numa época em que isso ainda fazia a diferença, o feito foi memorável. E convenhamos, o álbum é um clássico do rock nacional.
Tropa de Elite
O sucesso do filme Tropa de Elite projetou o Tihuana ainda mais. “Chegamos a lugares que de repente não chegaríamos como banda de rock”, diz Egypcio. Na esteira veio o rótulo de a-banda-do-Tropa-de-Elite.
Isso incomoda? “Não, nunca incomodou”, garante PG, que lembrou que Tropa de Elite não era o nome do filme. “Era Bope. Registrado na Ancine está como Bope. Tropa de Elite, com certeza, acabou se tornando o título pela força da música. Casou muito bem, e vice-versa.”
A música saiu em 2000, sete anos antes do longa-metragem de José Padilha. Sem contar que a composição não se refere ao Bope. “Era uma zoeira nossa”, explica Egypcio. “Falávamos de ir a uma balada, trombar a mulherada… Aquela coisa toda de molecagem.”
O bicho vai pegar
A turnê dos 25 anos de Ilegal começa em 2025 e terá 25 shows. O aquecimento será em 16 de dezembro. O Tihuana toca no 89 Rock Boat, da rádio 89FM.
“Será uma grande celebração”, empolga-se PG. “Estamos mais maduros, com um entendimento melhor do que é o Tihuana, do que é essa turnê.”
O repertório seguirá o de 2001, acrescido de hits dos outros discos. Egypcio frisa que a volta tem prazo de validade: “Acabou a turnê, cada um vai para seu lado, continuar com o que estava fazendo.” De qualquer forma, o aqui e agora promete um 2025 movimentado nos palcos e fora deles (há surpresas a caminho). “É muito bom ver todos numa vibração positiva e na mesma energia”, pontua PG. “Essa turnê será irada. Estamos bem felizes, e tenho certeza que será divertida”, fecha Egypcio.
*Matéria publicada na minha coluna Playlist, no jornal A Tribuna Piracicabana, em 20/09/2024
*Fotos: Rafael Melo (Egypcio) e Adriano Doria/@adrianodoria (PG)