Ilusão de Ano-Novo… na música

Há até não tanto tempo, quando você ia entrevistar um músico conhecido, havia certa praxe. Muitos não queriam saber de falar sobre polêmica e lavação de roupa suja em público.

Porém, os tempos mudaram, as tecnologias caminharam para o que conhecemos e o consumo de música se transformou. Transformou-se o suficiente para impactar radicalmente todos: músicos, mercado e público. Não se consome mais o assunto música como há até não tanto tempo.

Com a falta de perspectiva, sobraram os podcasts. E é aí que a coisa pega. Hoje a moeda é a quantidade, não a qualidade. Ok, isso sempre existiu, mas atualmente tá demais.

Então, o que vemos são aqueles músicos conhecidos que há até não tanto tempo se rebosteavam para tratar de polêmicas aparecendo num sem-número de podcasts de merda. Desses que não têm qualidade alguma. Somente quantidade de visualizações e seguidores. E eles aparecem lá, essencialmente, para lavar as roupas sujas de que outrora não queriam nem saber.

É geral até. Se você pegar o assessor mais descoladinho ou o jornalista metido a artista, além dos músicos, todos estão de quatro em função dessa merda. Há exceções, mas tão ínfimas que nem fazem diferença.

Enquanto a praxe não mudar, o consumo segue assim. Portanto, não queira que 2025 salve o rock ou a música, porque não salvará.

*Arte: Henrique Inglez de Souza